sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mais uma estrela no céu e a recordação de D.

Esta noite o céu ganhou mais uma estrela. Infelizmente. António Feio perdeu a luta contra o cancro no pâncreas e deixou-nos mais pobres.
Fiquei triste e a noticia recebida à hora de ir dormir incomodou-me.
Foi uma luta à qual todos nós assistimos. Fez questão de não se esconder, de não desistir e ainda teve força para transmitir uma mensagem positiva a todos nós.
Não sei porquê mas, depois, deitada na cama só uma imagem me invadia o pensamento.
A minha infância foi repartida entre Alverca e a aldeia dos meus pais. Aí nunca tive amigos que não fossem a família (e mesmo assim...). Mas havia uma menina que morava perto dos meus avós maternos. Ela era amiga da minha prima Sandra e inevitavelmente era com ela que brincava muitas vezes. (Lembrei-me agora das sopas de laranja que fazíamos...deliciosas por sinal!! hehe) Por circunstâncias que nunca soube muito bem, os pais mudaram de casa, de rua, e nós deixamos de nos encontrar tanto, mas sempre que me via falava-me muito bem. Tinha uma irmã mais nova, penso que da idade da minha irmã. Bem, essa menina era mais velha do que eu e hoje deveria ter uns 29 anos, talvez. Depois de um emagrecimento repentino e de vários exames, foi-lhe diagnosticado cancro. Eu estava longe, sem grande proximidade entre ambas, tudo o que ia sabendo dela era pela minha prima ou pela minha mãe. Um dia, quando lá estava de visita aos meus avós a minha mãe entra pela casa adentro a diz: "A D. está ali no posto médico. Não lhe vais lá falar". Por estúpido que possa parecer tive medo. Tive medo de encarar a realidade. Mas enchi-me de coragem e fui. Tremi quando a vi de lenço na cabeça. "Bolas", pensei eu, "que raio de vida é esta. Esta miúda é tão nova! Porquê?" Mal sabia eu que era a última vez que a via. Deixou-nos passado pouco tempo.
Ontem, depois de saber do António Feio só me conseguia lembrar dela.


Onde quer que estejam descansem em Paz!
E nós, os que cá ficamos, nunca nos esqueçamos destas palavras do António!

3 comentários:

Anónimo disse...

A nossa D. foi uma mulher k lutou, lutou, lutou...mas foi vencida pelo inimigo...é impossivel ler as tuas palavras sem k as lagrimas rolem...e kuase não consigo escrever, obrigado por não te eskeceres das pessoas k longe se tornam perto no teu coração.

Sonya disse...

Oh minha linda, eu disse para não vires ler isto! Este texto doeu a passar cá para fora, mas tinha que vir! :)

Raquel disse...

Importas de me dizer pk k tou paki a xorar feita para com este post??? lembro-me bem dexa cena e tenho pena k tenha acabdo como acabou :(