domingo, 14 de junho de 2009

Holocausto

Numa destas últimas noites em que o sono escasseava e pouco se fazia no mundo virtual aventurei-me a "perder" uns minutos a fazer zapping e ver o que estava a dar na nossa tv. Podia ser que alguma coisa me prendesse a atenção por uma hora ou me fizesse desejar ir para a cama o mais rápido possivel.
De facto, houve um documentário que me prendeu a atenção, do tão estranho que me pareceu.
KZ (O campo de concentração de concentração de Mauthausen) mostra "As visitas guiadas de turistas e de jovens estudantes a um antigo campo de concentração nazi situado perto da pacata cidade austríaca de Mauthausen. No confronto entre as atrocidades ali cometidas no passado que vão sendo relatadas pelos guias e a normalidade presente de uma visita turística pressente-se, com um arrepio, a progressiva banalização do mal que permitiu o Holocausto." (in site da RTP). Sim, é verdade. Mas o que me impressionou foi a forma como mostraram o Holocausto. Ok. Foi uma coisa horrivel que um grupo de pessoas levou a cabo. Sim, de facto morreram muitos judeus, muitos outros foram perseguidos e outros tantos conseguiram fugir. E onde estão agora?! Hum...let me think... Israel, aquele "Estado" que foi criado, em 1948, por Inglaterra para abrigar toda aquela pobre gente que não tinha um pedaço de terra. E nem falemos das mortes que estes já executaram, até porque não existe mais ninguém naquele pedaço de terra para além dos judeus, certo?!
Bem..continuando. Nas visitas guiadas eram descritas imagens... que Oh meu Deus!! Um exagerosito nunca fez mal a ninguém e para impressionar os visitantes é sempre bom exagerar. Depois os testemunhos de habitantes de Mauthausen que cohabitaram com o campo de concentração. Até aqui tudo bem. Adorei os testemunhos. Austríacos que dizem o que sentiam, o que sabiam e o que achavam de toda aquela situação. Mas pressionarem os senhores a falar mal de Hilter...!? Pressionarem uma senhora a dizer que foi beneficiada porque o marido pertenceu à SS... Qual é a lógica?? Condenar ainda mais um regime que quis "vingar-se" da humilhação de 19 e restabelecer uma economia que estava a crescer até à guerra?! Glorificar um povo que, poucos anos mais tarde, vai fazer o mesmo que lhe foi feito? Ou o que estão eles a fazer ao povo palestiniano? O problema é que não há câmaras de gás nem fuzilamentos colectivos e Israel tem todo o apoio dos EUA e de Inglaterra. Porque tirando isto as diferenças entre as duas situações são poucas e a imagem que eu tenho dum campo de concentração nazi e um campo de refugiados palestiniano é semelhante.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tocar o próximo

Apesar de crente, confesso que cada vez mais me vou afastando da doutrina que segui quando era mais jovem. Acho que é uma evolução natural à medida que vamos envelhecendo. Questionar a fé e os dogmas faz parte do processo.
No entanto, e apesar de crer em algo maior que nós (seja Deus, seja o Sol) a Igreja começa a atrair-me apenas pela sua beleza arquitéctonica e a missa em si faz-me rir muitas vezes.
Há cerca de um ano atrás, durante um baptizado quase que consegui interromper o senhor padre quando este disse que nós, seres humanos, eramos criados no universo. Achei delicioso saber que afinal não viemos todos de Paris.
Ontem, durante a missa de benção das fitas da minha mana também me consegui rir de algumas coisas, e finalmente descobri que quem me deu o curso foi Deus e o meu estudo ou o pagamento das proprinas por parte do meu pai de nada valeram... Mas apesar destas pérolas, o senhor padre teve um sermão bastante interessante (e nao estou a ser irónica). Primeiro, pediu-nos que dessemos as mãos para, logo a seguir, falar no medo que cada vez mais se tem em tocar no próximo. E isto fez-me pensar.
De facto, hoje em dia é raro dar-se um abraço bem apertado em alguém. Há o medo das doenças, o medo de cair no rídiculo, de se ser falado... Mostrar as emoções não é bem visto perante a sociedade. Até há bem pouco tempo, eu não chorava em público, eu não dava um abraço apertado a ninguém e achava isso tudo até um bocadinho...estranho... Se todos soubessem o bem que faz um abraço dum amigo, um beijo duma amiga, um miminho, um toque ou um simples olhar não haveria de certeza tanto medo do outro.
Eu posso dizer que não tenho medo de tocar no próximo, porque eu sei o bom que é abraçar alguém.