terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A melhor canção de sempre do Festival da Canção

Este ano a RTP teve uma ideia fantástica (na minha modesta opinião): encontrar a melhor canção de sempre do Festival da Canção.
Antes da edição deste ano do Festival da Canção, pretendeu-se homenagear as canções vencedoras do Festival. As 44 canções foram apresentadas em quatro noites, com carácter eliminatório. Das 11 canções apresentadas em cada noite, 3 eram apuradas para a grande final.
Vamos fazer uum exercício simples. Lembram-se d' O Conquistador? D' A Oração? E d' A Desfolhada?? E agora quem se lembra de canções como Amar, Dança comigo, Foi magia ou Senhora do Mar?
Confesso que de há uns anos para cá não ligo rigorosamente nada ao Festival da Canção. Aquele espectáculo que prendia milhares de pessoas à televisão há muito que se perdeu e as canções deixam muito a desejar. Letras sem conteúdo, vazias, ritmos sempre iguais, inglês misturado com a língua mãe...
Apesar de não ter visto na íntegra estas cinco galas, adorei relembrar todas as músicas que fui conseguindo ver e na final comentava com a minha mana qual eram as nossas canções favoritas. As nossas escolhas recaíam para A Desfolhada, Sol de Inverno ou E Depois do Adeus. E quem ganhou?! Senhora do Mar, canção da edição do ano passado cantada por uma moça saída da Operação Triunfo e de quem nunca mais se ouviu falar. É fácil fazer homenagens póstumas aos artistas, mas porque raio não se fazem estas homenagens quando eles ainda são vivos?! Como é que uma música que, a meu ver, nada dá ao seu país ganha a canções que foram marcos na história portuguesa??
Deixo aqui aquela que para mim é uma das melhores canções do Festival da Canção: Sol de Inverno interpretada por Simone de Oliveira.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A facilidade cinematográfica e a falta de actores

Há uns (bons) anos atrás era complicado produzir um filme português. Não havia dinheiro, os subsidios estatais demoravam a chegar e, na maior parte das vezes, era insuficiente. O tempo que distanciava entre o fim da rodagem e a sua estreia numa sala de cinema era enorme, chegando, por vezes, a rondar os 12 ou mais meses.
Hoje em dia, os filmes são feitos quase em produção contínua. Rodagens que duram um mês e passados 3 meses ei-los numa sala de cinema.
Há umas semanas atrás, em duas das nossas estações televisivas, vi um grupo de actores a fazer divulgação de um filme que ia estrear nessa 5ª feira próxima. Um grupo de bons actores, que contaram a história do filme e responderam a todas as perguntas que os apresentadores lhes fizeram.
Hoje liguei a tv e tive um dejá-vú. Um grupo de actores a falar dum filme que estreou há dias. Até aqui tudo bem, se não fosse o facto de os actores serem quase os mesmos que estavam semanas antes a falar do outro filme. Mas não há mais ACTORES? Têm que ser sempre os mesmos??? Claro que é sempre uma mais valia ter uma Claudia Vieira num filme, mas não haverá um problema de desgaste de imagem?
E todos aqueles actores que neste momento estão sem emprego? Aqueles actores que estudaram, frequentaram o conservatório, sabem todas as técnicas que devem saber. Esses o que andam a fazer??
Valerá a pena produzir filmes portugueses com um guião, uma história e um núcleo de actores idênticos de forma desenfreada?
Claro que podem lançar números. Não sei quantos mil portugueses foram ver o Crime do Padre Amaro (lógico! Ver a Soraia Chaves despida faz as delícias de qualquer homem). Alguém foi ver o Mistério da Estrada de Sintra?
Temos que inovar, claro. Temos que desenvolver a nossa indústria cinematofráfica, lógico. Mas também seria boa ideia ter dois dedos de testa e alguma criatividade.