segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tocar o próximo

Apesar de crente, confesso que cada vez mais me vou afastando da doutrina que segui quando era mais jovem. Acho que é uma evolução natural à medida que vamos envelhecendo. Questionar a fé e os dogmas faz parte do processo.
No entanto, e apesar de crer em algo maior que nós (seja Deus, seja o Sol) a Igreja começa a atrair-me apenas pela sua beleza arquitéctonica e a missa em si faz-me rir muitas vezes.
Há cerca de um ano atrás, durante um baptizado quase que consegui interromper o senhor padre quando este disse que nós, seres humanos, eramos criados no universo. Achei delicioso saber que afinal não viemos todos de Paris.
Ontem, durante a missa de benção das fitas da minha mana também me consegui rir de algumas coisas, e finalmente descobri que quem me deu o curso foi Deus e o meu estudo ou o pagamento das proprinas por parte do meu pai de nada valeram... Mas apesar destas pérolas, o senhor padre teve um sermão bastante interessante (e nao estou a ser irónica). Primeiro, pediu-nos que dessemos as mãos para, logo a seguir, falar no medo que cada vez mais se tem em tocar no próximo. E isto fez-me pensar.
De facto, hoje em dia é raro dar-se um abraço bem apertado em alguém. Há o medo das doenças, o medo de cair no rídiculo, de se ser falado... Mostrar as emoções não é bem visto perante a sociedade. Até há bem pouco tempo, eu não chorava em público, eu não dava um abraço apertado a ninguém e achava isso tudo até um bocadinho...estranho... Se todos soubessem o bem que faz um abraço dum amigo, um beijo duma amiga, um miminho, um toque ou um simples olhar não haveria de certeza tanto medo do outro.
Eu posso dizer que não tenho medo de tocar no próximo, porque eu sei o bom que é abraçar alguém.

5 comentários:

Aggio Piaggio disse...

Viemos todos de Paris, menos a tua tia Blue que veio numa cegonha geneticamente modificada para não ter penas.

BlueAngel aka LN disse...

E vim de Londres, Aggio, vim de Londres, obviamente!!!

BlueAngel aka LN disse...

E vim de Londres, Aggio, vim de Londres, obviamente!!!

Elora disse...

E dás uns abraços tão bons!!!

André L disse...

também adoro abraços :)